Reconecta é o projeto educacional idealizado pelo NR que tem como principal objetivo estimular o desenvolvimento de competências, atitudes e valores, com foco nas habilidades socioemocionais.

O programa surge em um momento importante, especialmente após a pandemia e pelo uso excessivo das redes sociais. A vivência busca incentivar o interesse pelas relações humanas e pelo meio ambiente, através de atividades que promovem a interação social, o contato com a natureza e o trabalho em equipe.

O aumento no número de pesquisas científicas que abordam o bem estar físico, emocional, mental e social de crianças e adolescentes demonstra a preocupação de pesquisadores brasileiros e internacionais sobre o tema e estes estudos apontam que a promoção de ações que aprimorem a conexão entre as pessoas e o meio ambiente, em espaços acolhedores e seguros, além da atenção e cuidado para/com as habilidades socioemocionais é uma maneira de se cuidar da saúde mental (JONES et. al, 2022; SOUZA, et. al., 2023; SMITH,2023).

Sendo assim, o Reconecta nasce para acolher crianças e adolescentes, celebrar a humanidade e a complexidade que neles cabem, a partir do resgate dos afetos, das brincadeiras e da simplicidade; do contato, do respeito e do cuidado com a natureza; do compartilhar espaços e vivências e, também, para buscar a resolução de conflitos e diferenças de forma respeitosa e democrática, ou seja, respeitar e cuidar daquilo que nos faz humanos.

O Reconecta estrutura-se em módulos interligados, proporcionando a vivência de atividades que buscam desenvolver competências,mobilizando conhecimentos, habilidades, atitudes e valores de acordocom a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018).

MÓDULOS VIVENCIAIS

Destaca a criatividade,
o respeito pelo
diferente, o
comprometimento com
suas ações, o trabalho
em equipe e no
conceito de qualidade
de vida.

MÓDULOS RECREATIVOS

Reforça a necessidade
e a capacidade de
escolha e suas
consequências, a
utilização do tempo de
forma saudável e o
prazer pelo o lúdico.

MÓDULOS CULTURAIS

Estimula a identificação
e o desenvolvimento
de talentos e
habilidades pessoais,
trabalha as
competências artísticas
e reforça a conquista
de novos
conhecimentos.

MÓDULOS ESPORTIVOS

Incentiva a prática de
esportes como fonte
de saúde, ressalta o
respeito pelas regras
dos jogos formais e
informais e promove o
fair play.

MÓDULOS AMBIENTAIS

Promove o contato
com a natureza e a
consciência de que
respeitá-la é essencial
para a manutenção da
vida. Apresenta-se o
acampamento e seu
entorno, com
destaques para a
biodiversidade da Mata
Atlântica.

Em uma revisão integrativa da literatura, com artigos nacionais e internacionais, Souza et. al. (2023), é revelado um cenário preocupante com o aumento de quadros de ansiedade, sintomas depressivos, tristeza, solidão,medo,transtorno obsessivo compulsivo e tentativas de suicídio em crianças e adolescentes, além de relatos de sentimentos como nervosismo, frustração, irritabilidade e alteração do humor. E, para além disso, as consequências de curto, médio e longo prazo da pandemia. Os autores ressaltam a importância de todas as instituições sociais olharem com atenção para as crianças e adolescentes. Assim, a preocupação sobre os efeitos na saúde mental e bem estar de crianças e adolescentes aumentou bastante após o período pandêmico e, por isso, são diversas as pesquisas que abordam o bem estar físico,emocional,mental social neste período de tempo.

Jones et. al. (2022) debruçaram-se sobre a relação entre a saúde mental e a tendência suicida no contexto americano. Os autores apontam que, aqueles que se sentiram próximos aos colegas da escola e conectados, mesmo que de forma virtual, durante a pandemia, apresentam menor prevalência de saúde mental fragilizada do que aqueles que não se sentiram próximos às pessoas da escola. Outro dado deste estudo é que as consequências da pandemia podem ser de longo prazo e associam-se ao aumento da depressão, ansiedade e estresse pós-traumático, o que ressalta a necessidade de abordar questões de saúde mental entre os jovens nos ambientes de educação formal e não formal.

Uma das maneiras de se cuidar da saúde mental é abordar, de forma ampla, ações que promovam a conexão entre as pessoas e o meio ambiente, que propiciem espaços acolhedores e seguros, além de destinarem atenção e cuidado às habilidades socioemocionais.

Smith (2023), corroborando com Jones et. al. (2022), defende que o isolamento social e a infelicidade estão relacionados e estar conectado via dispositivos eletrônicos não evita o isolamento social, isso porque a interação emocional e social é muito importante, ao vivo, olho no olho, com toda humanidade que nos compõe. O autor ainda ressalta que, principalmente os adolescentes – mas não só eles -, vêm se afastando das interações no mundo real ao longo das décadas e o maior índice de afastamento ocorreu a partir de 2010,quando as mídias sociais foram incorporadas aos smartphones, o que faz com quem o aplicativo possa ser acessado o tempo todo.

Pode parecer controverso, pois o contato virtual durante a pandemia trouxe a sensação de proximidade com o outro e a manutenção da boa saúde mental em contraponto com o aumento do isolamento social devido aos aplicativos e indícios de aumento da infelicidade. Porém, ainda que haja uma diminuição das interações sociais presenciais desde o surgimento das redes sociais, na pandemia, o isolamento foi justificado por questões de saúde pública, pautado em evidência científicas e, na impossibilidade dos encontros presenciais, a virtualidade foi uma grande aliada para que o ano letivo pudesse continuar, para que os amigos pudessem conversar e para que famílias pudessem cuidar umas das outras, etc, sendo de extrema importância para a afetividade. O que não se justifica é, após o período de isolamento social, que a virtualidade continue a permear a maiorias das relações humanas e, por vezes, substitua os encontros presenciais.

É um Projeto Educacional alinhado à BNCC, aos Temas Contemporâneos Transversais do MEC, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e ao CASEL (Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning), que incentiva os sentimentos de conexão consigo, com o outro e com o meio ambiente.

É um Projeto Educacional alinhado à BNCC, aos Temas Contemporâneos Transversais do MEC, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e ao CASEL (Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning), que incentiva os sentimentos de conexão consigo, com o outro e com o meio ambiente.

O Reconecta contempla o 13º objetivo – “Ação contra a mudança global do clima”, através do tópico 13.3: “Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação,adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima”.

A BNCC, na área “Ciências da Natureza”, através de um olhar articulado de diversos campos do saber, procura “possibilitar que esses alunos tenham um novo olhar sobre o mundo que os cerca,como também façam escolhas e intervenções conscientes e pautadas nos princípios da sustentabilidade e do bem comum”(BRASIL, 2018, p. 319). Para isso, preconiza que é preciso“planejar e realizar atividades de campo (experimentos,observações, leituras, visitas, ambientes virtuais etc.)”; “aprimorar seus saberes e incorporar, gradualmente, e de modo significativo,o conhecimento científico e “desenvolver ações de intervenção para melhorar a qualidade de vida individual, coletiva e socioambiental” (BRASIL, 2018, p. 321).

O Reconecta antecipa a tendência global de tornar real um pedido da UNESCO de transformar a Educação Ambiental em um componente curricular até 2025. A partir do programa de Educação para o Desenvolvimento Sustentável na Escola, uma parceria da UNESCO e do MEC que vê a educação como um investimento para preservar o planeta, experiências que coloquem os alunos em contato com a natureza, a biodiversidade e em espaços protegidos pela importância que têm para a vida humana, como a Serra da Mantiqueira, serão potencializadores dessa transformação tão cara à vida humana.

No que se refere às habilidades socioemocionais, elas demandam intervenções pedagógicas intencionais e orientadas (QUINTILIO,2019). Vale ressaltar, também, que elas não devem ter como objetivo final apenas o desempenho, a produtividade ou o mercado de trabalho e, sim “devem ser significadas no processo educativo, por exemplo, pela vivência dos valores humanos” e porque “entende-se o ser humano de forma holística, com pensamentos,sentimentos e atitudes” (QUINTILIO, 2019, p. 44).

Sendo assim, o Programa Reconecta nasce para celebrar essa humanidade e a complexidade que nela cabe, tentando resgatar os afetos; as brincadeiras; a simplicidade; o contato, o respeito e o cuidado com a natureza; o compartilhar e, também, os conflitos,as diferenças e tudo aquilo que nos faz humanos. Tudo isso permeado pelo acolhimento, pelo abraço e pelos sentimentos, sem uma tela a nos separar, apoiado por documentos oficiais, como a BNCC e pelo apelo global para erradicação da pobreza, proteção do meio ambiente e do clima e pela garantia de que todas as pessoas desfrutem de paz e prosperidade.

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